O valor de um imóvel está diretamente relacionado com o seu potencial de gerar receita, seja através das atividades produtivas (fazendas, indústrias, etc.), mercantis (pontos comerciais) ou residenciais (locação). Para tal, utiliza-se, primariamente, o Método Comparativo Direto de Dados de Mercado.

Evidentemente, dependendo da finalidade do imóvel, alguns atributos contribuirão mais na composição do valor do imóvel do que outros. Itens como padrão de acabamento construtivo e proximidade do comércio local são muito mais importantes em imóveis residenciais do que em imóveis industriais. Já a localização em relação a rodovias asfaltadas e a topografia são mais determinantes em imóveis rurais do que em urbanos.

É função exclusiva do profissional de avaliações patrimoniais indicar o valor do bem de seu cliente com base em fundamentos técnicos e mercadológicos. Tanto engenheiros de avaliações (engenheiros civis ou agrônomos) quanto corretores podem atestar o valor de um imóvel, desde que se utilizem as orientações da Norma Técnica Brasileira NBR 14.653 para elaboração dos laudos e pareceres e estejam devidamente inscritos em seus conselhos profissionais.

A compra e venda ou a promessa de compra e venda de um imóvel é um ato jurídico, que prevê direitos e obrigações aos contratantes, por isso sempre deve ser feita com a assessoria de profissional capacitado. Os cuidados não se limitam apenas à verificação da documentação imobiliária, mas também às características do bem em si, como por exemplo, a garantia de entrega para imóveis comprados na planta ou nível da vazante de rios ou oceanos para imóveis localizados à beira de rios ou praias.

Já em relação à documentação, é imprescindível que se verifique a titularidade do imóvel através das matrículas atualizadas, que também dão a garantia da localização e a ausência de ônus reais. Consultas junto à Prefeitura Municipal e a outros órgãos pertinentes também devem ser realizadas para a verificação de pendências ou limitações ao imóvel, tais como dívidas de IPTU ou ITR, ou até mesmo ações de desapropriação.

Uma detalhada análise cadastral do vendedor é de suma importância, pois evita-se a ocorrência de fraudes e nulidade do negócio imobiliário, provenientes de situações pregressas como dívidas de INSS ou FGTS. Vale destacar que, pela legislação brasileira, o devedor responde pelo cumprimento de suas obrigações com todos seus bens, sejam eles presentes ou futuros. Por fim, registre todos os seus contratos ou escrituras. O registro em cartórios de imóveis garante a transparência e boa-fé do negócio jurídico.

Estrangeiros podem adquirir imóveis rurais no Brasil, desde que limitados a 3 MEIs (Módulo de Exploração Indefinida), sem autorização prévia do Incra ou Congresso Nacional. É necessário, porém, residir no Brasil ou ter empresa autorizada a funcionar no país. Desde 2010, após um parecer da AGU, as empresas estrangeiras que quiserem comprar terras no Brasil estão limitadas a aquisições de 100 MEIs, desde que esse montante não ultrapasse 25% da área do município. Também é vedado que pessoas de mesma nacionalidade ocupem juntas mais de 40% destes 25% da área municipal. Um MEI pode variar de 5 a 100 hectares, a depender da Zona Típica de Módulo de Lei 5.709-1971.